Caiu da árvore do quintal vizinho. Meu pai o encontrou e disse:
- Pode ficar com ele, mas vai ter que cuidar.
Pela primeira vez, me dediquei de verdade a cuidar de um bichinho.
Era um pássaro pequeno, ainda filhote. Ninguém conseguiu identificar se era um pardal ou uma rolinha.
Os dias passaram. O passarinho parecia bem. Dormia numa rede que eu mesma improvisei. Eu dava a ele pequenos pedaços de pão, molhado no leite.
Uma manhã, acordei e ele estava morto. Do alto de meus 08, 09 anos, eu chorei. Nossa, como chorei. Quando morria um bicho de estimação (sempre morria!), eu nunca chorava, mas dessa vez foi diferente.
Ele foi enterrado no quintal, dentro de uma caixa de sabonete. Minha mãe disse alguma coisa pra me consolar, mas eu só parei de chorar quando os olhos cansaram. E uma hora, eles sempre cansam. Sempre.
28 de fev. de 2009
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