Ele era ator, tinha lindos olhos (entre mel e verde) e cabelo grande. E melhor: beijava bem, muito bem. Chamava-se Fernando.
Sozinha entre ele e nosso amigo em comum, eu pensava bobagem. Era - e é - inevitável. Eu já tinha tido o prazer de beijar o Jânio algumas vezes, mas não o Fernando. Aliás, o Jânio tinha acabado de me apresentar a ele. Então, nessa ocasião, entre cigarros de menta e cervejas, Fernando foi meu par.
Foi uma noite meio fora do comum. Eu, que odeio cigarro, quis saber qual era o gosto de um mentolado. O Fernando tentou me ensinar a tragar. Foi em vão. A gente se beijava com um tesão doido. Eita, coisa gostosa.
Depois dessa noite, comentei com ele:
- Eu sou meio avessa a compromisso, mas sempre quis namorar um Fernando. Assim, quando perguntassem: "Vocês estão namorando?", eu responderia: "Estamos TATYNANDO (Taty + Nando)".
Ele disse:
- Que lindo, Taty.
Essa foi uma das últimas coisas bonitas que eu disse a ele. Nossos caminhos não se cruzaram mais, mesmo a gente morando na mesma cidade. Acontece, que se há de fazer?
Agora me ocorreu algo: até hoje nunca namorei um Fernando.
Mas até hoje, quem diria, tem um que não me sai nunca da cabeça e da cabeceira: um certo Fernando Sabino...
27 de fev. de 2009
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