27 de jul. de 2009

Baú do blog/3.

"Pedidos e pedidos".
(Sexta-feira, 09/02/2007)
Hoje aconteceu algo surreal: fui pedida em casamento. Pior do que receber o pedido foi a minha surpresa ante a pessoa que o fez!
É o terceiro pedido num período de aproximadamente 2 anos e meio.
O primeiro foi feito em meados de junho/2004. Eu estava em casa com Y (importa mesmo o nome?), que na época era meu mais recente ex-namorado. Embora fosse ex, Y e eu ainda trocávamos beijos e fluidos corporais.
Pois bem. Estava eu lá, conversando com Y, até que X aparece. X era outro ex-namorado, anterior a Y. X sabia que Y e eu tínhamos terminado e imaginou que não tínhamos mais nada um com o outro. Por esse motivo, X resolveu comprar alianças e me pedir em casamento. Quando ele o fez, eu comecei a gaguejar e o expulsei, cheia de sutilezas, dizendo que conversaríamos depois.
No dia da conversa, perante minha negativa, brigamos e deixamos de nos falar. Hoje, graças ao tempo e a outras coisas mais, finalmente nos tornamos amigos. Só amigos mesmo. X está namorando e tenho motivos pra acreditar que achou a mulher da vida dele.
Me refiz do susto e levei a vida, até que... Até que veio o segundo pedido, feito em maio/2006. Esse foi mais informal. Z apareceu por volta de 03 horas - da madrugada - me informou que estava indo morar sozinho e me chamou pra morar com ele. Detalhe: Z e eu ficávamos juntos esporadicamente e sequer fomos namorados. Quando Z me chamou pra morar com ele, não nos víamos há cerca de 9 meses. Z me conhecia - e me conhece - bem pouco. Mas definitivamente isso não pareceu empecilho pra que o pedido, por mais informal que tenha sido, fosse feito.
Expulsei Z gentilmente, usando minha mãe como desculpa, quando a verdade é que eu também queria que ele fosse embora. Tempos depois, Z me disse que não estava falando sério. Respirei aliviada, embora tenha minhas dúvidas até hoje.
E o terceiro pedido foi feito hoje. Há cerca de 4 anos eu conheci esse senhor que vende lanches perto da faculdade. Eu sempre parava pra conversar com ele e sempre fiz questão de chamá-lo pela alcunha de "tio" ou de referir-me a ele como "senhor".
Uma vez, o "tio" me chamou pra viajar pro Rio de Janeiro. Fiquei surpresa, imaginando se haveria alguma intenção por trás disso. O pior cego é aquele que não quer ver. Logo, eu me forcei a pensar que ele era só alguém que me estimava como a uma sobrinha - ou a uma filha mesmo, por que não? Que burrice.
Apesar dessa singela forma de pensar, eu neguei, desconfiada ainda. E tratei de não pensar mais no assunto, afinal, nada tinha sido explícito. O "tio" sempre me oferecia café e algum lanche e, ante minha negativa ("Tio, vou comer em casa, que assim eu não gasto!"), ele se punha a insistir. O lanche saía de graça, na maioria das vezes. E eu ficava lá, ouvindo as histórias dele sobre o que quer que fossem.
Então, ontem, depois de mais de um ano sem vê-lo, apareci no ponto ao lado do Shopping Iguatemi, onde ele fica. Contei que estava retomando a faculdade nesse semestre, que trabalhei na Contax até outubro, que finalmente visitei o Rio de Janeiro, terra da qual ele me falava às vezes. Ele me contou que foi operado, que morou cerca de 03 meses no Rio e que conseguiu comprar uma casa na praia. Perguntou se eu tinha casado já...
"Poxa, é só uma simples pergunta", pensei. E disse que não, não estava casada. Mas algo - talvez aquela coisa que chamam de intuição - me fez achar por bem dizer que tinha alguém. E foi o que eu disse. Contei que, apesar da situação não-oficializada - o que me cai muito bem - existe alguém.
Daí, hoje, ele me sai com esta: "Eu quero conversar com a sua mãe". Ontem, ele comentou que mora sozinho, numa casa perto da FIC. Perguntou quanto minha mãe paga de aluguel. Quando comentei o valor, ele falou algo que deu a entender que poderíamos morar lá, que seria bem melhor porque eu poderia ir a pé pra faculdade. A ingênua aqui concluiu que ele queria alugar a própria casa, já que segundo ele próprio, só se utiliza mesmo de um cômodo. Então, quando ele disse que queria falar com a minha mãe, eu imaginei que fosse sobre isso. Ele me indagou: "Você sabe o que eu quero falar com ela, não sabe?". "Ora, imagino que deve ser sobre a casa, que talvez o senhor queira nos alugar...". Nem terminei meu raciocínio porque ele me interrompeu dizendo: "Nããão! Eu quero falar com ela sobre você. Quero falar com ela sobre a gente se casar, você e eu.".
Por pouco eu não derramava o café que estava tomando. Até puxei um banquinho e me sentei, porque na dúvida entre correr ou gritar, acabei mesmo foi paralisada, diante de tamanha sandice!
Eu ri, atordoada, me indagando se aquilo era sério mesmo. Pior que era.
Comecei a reforçar a existência de 'alguém', o que a princípio me impediria de casar com ele. Deus, eu só queria uma forma mais educada de dizer "No fucking way, man!". Mas creio que não fui bem sucedida, pois ele continuou insistindo pra que eu fosse jantar com ele e levasse minha mãe junto.
Ainda o escutei por mais uns 30 minutos, o que me pareceu uma eternidade de horas. Quando vi que não tinha jeito de contornar a situação, praticamente corri atrás da topic que me trouxe salva - mas não muito sã - pro Benfica.
Na topic, eu vim alternando meus pensamentos. Ora, achava a situação toda bastante ridícula e me punha a rir sozinha; ora, me dizia quão idiota eu era em ter me forçado a não imaginar 'outras intenções' por trás de tanta 'bondade'.
Nunca mais tomarei a topic ou o ônibus ao lado do Iguatemi.


Notas: Realmente eu NUNCA mais apareci nesse ponto - pelo menos não enquanto o tio estava lá (ele ficava por um horário estabelecido)... E sobre os pedidos de casamento - esses cessaram de 01 ano pra cá. Vai ver é porque eu já estou casada, mas sabe como é, tem gente pra tudo nesse mundo, portanto é possível que qualquer dia eu venha aqui contar sobre mais algum. Rá, imaginem se eu fosse bonita!...

3 comentários:

Lu disse...

Tatyana, quantas letras e senhores te pedindo em casamento, hein... Que charme que vc tem, garota! rs
Obrigada pelas informações sobre o sarau, dia desses eu apareço pra conferir e te digo como foi!
Beijo!!

Gladson Caldas disse...

Que tio burro, poderia ter usado um saco, quem nem o Borat.

A idéia de pedir em casamento não parece assim tão absurda agora (como foi com esses três), visto que enfim de alguém você aceitou o pedido.

Faltou só publicar quais foram as técnicas revolucionárias que ele usou pra receber teu sim. Olhos hipnóticos? Dialética? Um milhão de dólares? Um saco?
????

Tatyana França disse...

Gladson, eu confesso: ele prometeu cozinhar, lavar, passar e ainda dar no couro! E fazer tudo isso sem reclamar!

E concordo... Hoje em dia já não parece tão absurda a ideia de me pedir em casamento - mas depende de como. Já pensou se algum maluco resolve usar um saco pra me sequestrar? hahaha.