Há cerca de 01 mês, pesquisando no Google, consegui recuperar os arquivos do meu antigo blog, "conflitos internos". Ele surgiu como uma terapia virtual, numa época daquelas que todo mundo tem nessa vida, de crises existenciais e coisas do gênero. Relendo o que escrevi de 2004 a 2007, vejo uma série de mudanças. Mudanças nos pensamentos, na forma de ver certos pormenores, na forma de tratar o mundo ao meu redor e a mim mesma; algumas paixões permaneceram, outras foram esquecidas, superadas. Eu comecei a estudar turco e depois parei; e parei também de estudar italiano. Quis tirar passaporte, não deu; quis ir embora para Londres, não pude. Quis muito, quis tanto e não soube fazer por onde. Quis Ná, quis a Turquia, quis a Europa inteira, quis Fábio, Porto Alegre, quis férias prolongadas, quis ser eu mesma
e quis escrever mais, ler mais, ver mais... E voltando às paixões: de todas as que tive durante esse período, uma permanece com certeza: a Literatura.
Abaixo, um dos meus antigos textos:
Minha esperança em Luis Fernando.
"Enquanto o mundo girava, ela continuava lá, pensando numa porção de coisas.
Bastavam dois minutos para distanciar a mente. Pensava na vida, no futuro, nos
homens - vê se pode?! - uma moça de 21 anos pensar em homens... Tudo bem, não era culpa da idade real, mas sim da idade mental. Tinha 21, mas sentia-se com 16. Tímida e inquieta - um paradoxo em si mesma. Pensar em homens... Como podia se nem os conhecia? Seria mais fácil pensar em algo que estivesse mais próximo de seu meio-termo: rapazes".
Às vezes, passo horas pensando no que escrever. E, sempre que a inspiração vem, nunca estou com caneta, gravador ou paciência. Minhas notas mentais se perdem no inconsciente.
Eu me embaralho, me torço e acaba saindo alguma coisa. Leio, releio e acho interessante, para, duas horas depois, dizer:
"Como é que pude escrever esta merda?". Reprovo-me, critico-me.
Se ao menos um deles pudesse ler e dizer o que acha...
Sabino, Bandeira, Drummond, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos - qualquer um dos meus ídolos. É como se precisasse da aprovação de algum deles para saber que o que escrevi está bom. Mas isso não é possível: estão todos mortos. E afinal, bom para quem? Para eles? Para o público? Ora, ainda tenho consciência de que não se pode agradar gregos e troianos. Porém, admito que se pudesse agradar qualquer um deles, ficaria feliz.
Luis Fernando Veríssimo é minha esperança.
Hoje, eu diria que Eduardo Galeano, Mario Vargas Llosa, Carlos Heitor Cony e Moacyr Scliar também são minhas esperanças.
5 de jun. de 2009
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