12 de out. de 2010

Sobre sonhar e ficar acordado

Tem uma coisa em mim que dorme. Dorme quando vou e volto do trabalho, dentro do metrô lotado; dorme no final de cada mês, quando o dinheiro é curto. Essa coisa, essa parte de mim que dorme, pede para dormir, pois dormindo sonha e sonhando vê de forma diferente; vê da forma que gostaria que fosse.
Mas há outra parte, a que fica acordada. Essa parte sente e sabe que sonhar é importante, mas quer ficar acordada. Pede e exige ficar acordada, porque assim pode fazer algo concreto sobre os sonhos; sabe que pode tentar torná-los realidade.

3 de out. de 2010

A melhor coisa desse domingo

Quem conhece pelo menos um pouco meus gostos literários, sabe que um dos meus autores favoritos é o uruguaio Eduardo Galeano. E, porque eu queria falar com ele de alguma forma, decidi lhe enviar uma carta.
Então, nesse domingo, ao abrir minha caixa de email, deparei com uma mensagem dele. Como posso descrever o que senti quando vi que Eduardo tinha me enviado um email? Alegria, muita alegria.
Esses dias, eu estava mesmo pensando o que teria acontecido pra que ele não tivesse (ainda) me respondido, fosse com outra carta, com um email ou, quem sabe, com sinais de fumaça. Eu me sentia um pouco triste e ansiosa por uma resposta. Em minha carta tentei expressar a minha admiração em poucas palavras, coisa difícil para mim. E por que a falta de resposta? Eduardo teria me achado invasiva? Teria acontecido algo com a carta? Será que eu teria enviado para o endereço errado? Ora, havia a possibilidade disso acontecer, afinal eu havia conseguido o endereço dele na Internet (!).
Mas, como me explicou Eduardo, ele voltou de uma longa viagem e só então leu minha carta. E sua resposta chegou. Veio num dia chuvoso e cansado; veio tão agradável, tão bonita! Veio, sem dúvidas, como a melhor coisa desse domingo.


Esse texto também está no Projeto Nulla Dies Sine Linea