30 de mar. de 2009

Inverno cearense.

Depois de um fds de muito namorico e comilança (em ambos os sentidos), eis que a semana se inicia com um telefonema nervoso da minha mãe dizendo que a cozinha lá de casa ficou alagada.

"Puta merda", foi o que me veio à mente - e o que veio à boca foi: "Como assim alagada?"

Ela me contou. No sábado choveu pacas em Fortaleza. E Fortaleza é só mais uma cidade brasileira que não tem capacidade pra comportar chuvas estrondosas. E a gente nem tem costume de ver coisas assim por lá (chuvas estrondosas). Mas... Volta e meia, o inverno cearense causa surpresas - e geralmente são surpresas ruins, tipo essas:Portal Jangadeiro
(A moça na matéria, Iveleide, é nossa vizinha).

O condomínio no Conjunto Veneza Tropical é onde eu morava até dezembro. O muro de contenção caiu. Minha mãe contou que os apartamentos de frente para o dela (e justamente os mais próximos do muro) logo ficaram sujos de lama e cheios de água. Os bombeiros disseram que as pessoas saíssem de suas casas. Um engenheiro apareceu no local e disse que o problema seria resolvido logo. Enquanto isso, minha mãe limpava a cozinha rezando pra que a água não avançasse mais. E poderia ser que avançasse, afinal a chuva ainda não deu trégua.

Eu gosto de chuva, admito. Mas não gosto dos estragos que ela faz - não tem quem goste, afinal. Depois que minha mãe me ligou, fucei no Google à procura de alguma matéria de rádio, jornal ou tv que me dissesse que tem jeito, que alguém é responsável, sei lá, qualquer coisa! (mesmo eu sabendo que nem sempre os meios de comunicação conseguem o intento de informar).

Mostrei o vídeo da matéria acima pro meu chefe, o Seu Bento. Ele disse:
- Que porcaria de muro de contenção é esse? Construído assim, é lógico que ia cair! O idiota que mandou fazer isso desse jeito deveria levar um processo.

E já que a chuva demora a dar trégua, Fortaleza espera que as soluções apareçam.

25 de mar. de 2009

Conservatória/2.

Continuando a saga em Conservatória...

A quentinha da Cida deu para nós dois. Nos fartamos!

Devidamente instalados e alimentados, em seguida dormimos que nem pedras... ;p

Mais tarde, rumamos para a Praça Catarina Quaglia, em busca dos seresteiros.
Isso mesmo: seresteiros! Conservatória é conhecida justamente por suas serestas, entoadas nas noites de sexta e sábado e nas manhãs de domingo.

Seguimos pela Praça e fomos parar na Travessa Professora Geralda Fonseca. Lá, está a estátua de José Borges, um dos maiores seresteiros que Conservatória já conheceu. José Borges foi para a cidade bem jovem, junto com o irmão, Joubert Courtines de Freitas. Logo, se integraram ao movimento seresteiro e, anos mais tarde, passaram a liderá-lo. Estátua de José Borges

Pouco depois de começarmos a acompanhar os seresteiros, eles começaram a tocar "Sertaneja". E essa eu sei cantar - pela metade, mas sei - graças a pais que amavam Nelson Gonçalves. ;)

"Sertaneja
Porque choras quando eu canto ?
Sertaneja
Se este canto é todo teu
Sertaneja
Pra secar os teus olhinhos
Vá ouvir os passarinhos
Que cantam mais do que eu"


Eu comecei a lembrar da minha mãe. Pô, ela iria adorar!

As pessoas acompanhavam a seresta encantadas. E todos queriam ver o seresteiro Joubert de perto. Por conta de alguns problemas de saúde, ele já não está presente em todas as serestas, mas estava nessa! :)

A seresta acabou cedo, por volta de 0h. Enquanto voltávamos pra pousada (Nova Esperança), passamos de novo pela praça Catarina Quaglia e um funk com remix da risada do Pica Pau ecoava no clube. A música permaneceu na minha cabeça por alguns dias... haha.

No dia seguinte, tínhamos planos de ir até a cachoeira mais próxima, porém a chuva atrapalhou tudo. Ficou pra próxima. Então, o domingo foi bastante tranqüilo. Passeamos pela cidade, fotografamos um monte, depois fomos numa lan house, pois eu queria ver meus recados de parabéns.

Já na segunda, fizemos a mesma baldeação de sexta, mas de modo inverso: Conservatória - Barra do Piraí - RJ.

Foi legal, foi bem legal mesmo. Caminhar pelas ruas da cidade sentindo cheiro de poesia e música, descobrir lugares, sentir bons ares.

Pretendo voltar logo - e se possível, pretendo levar minha mãe pra que ela também aproveite a noite de seresta e a graça do lugar ;)

19 de mar. de 2009

Conservatória/1.

Eu soube da existência de Conservatória através de um moço chamado Leonardo - o Leo Pacheco. Foi no blog dele, que eu descobri nem lembro mais como, que li sobre esse pedacinho delicioso do mundo. Isso foi em 2003.

Os anos passaram, mas não a vontade de ir lá. Dudu e eu estávamos planejando ir pra Ouro Preto no meu aníver, mas como a grana era pouca, eu pensei em Conservatória, que na verdade era a opção pra nosso aniversário de 1 ano juntos, em junho.

Bom, planos mudam, então Ouro Preto passou pra junho e Conservatória pra março. :)

Ficamos num impasse sobre a questão da estadia, pois não conhecíamos ninguém lá. Eu pesquisei pousadas na net, mas sabia que isso seria caro... E a nossa grana tava bem curta mesmo. Teríamos que fazer favores sexuais pra pagar a comida, se fosse o caso, mas de qualquer jeito, o negócio era viajar.

O Dudu chegou a sugerir outro lugar... Um amigo dele chamado Samir, que é casado, tava a fim de passear por aí com a esposa durante o fim de semana. E dividindo as despesas entre 4 sairia mais em conta - fora que iríamos de carro, sem depender de horário de ônibus pra chegar. Porém, Samir e a mulher dele queriam ir pra praia e eu... Pombas, era MEU dia que estava em questão e eu queria passá-lo num lugar onde eu realmente quisesse estar e pah, quem me conhece sabe que não curto praia, então eu disse que não iria com eles. Queria ir pra Conservatória e pronto, rs. (cabeça dura de lascar meeeeeesmo!). Acabou que combinamos de ir na louca mesmo, com barraca, mas sem nem saber se lá tinha camping. Eu imaginava que se não tivesse, algum morador bondoso poderia nos abrigar em seu quintal por 50 mangos, hahaha. Na sexta, Dudu veio ao Rio, me encontrou no Centro (eu tinha pedido demissão justamente nesse dia) e pegamos um bus pra rodoviária. A meta era chegar lá às 20:15, pra pegar o ÚNICO ônibus que sai durante TODA a semana do Rio pra Conservatória.

Mas... O imprevisto está ao virar a esquina.

Caiu uma chuva braba aqui no Rio. A cidade estava um caos, com ruas alagadas e trânsito infernal. Chegamos na rodoviária às 20:30. Ou seja: o bus tinha saído. Porém, nem tudo estava perdido. Por conta das pesquisas virtuais, eu sabia que poderíamos fazer uma baldeação; ir pra Barra do Piraí ou Valença e, de uma dessas cidades, poderíamos pegar um transporte até Conservatória.

Optamos por Barra do Piraí. Quando chegamos, o último ônibus para Conservatória (das 23:00) tinha acabado de sair. Ainda tentamos rachar um táxi com uma moça que conhecemos durante o trajeto Rio-Barra, mas achamos melhor gastar o $ do táxi passando a noite por lá mesmo (gastamos menos até).

Lanchamos na Praça Nilo Peçanha, em frente à Rodoviária de Barra do Piraí. A praça era uma gracinha, com um coreto e uma fonte. Bonitinha mesmo.

A noite nós passamos em um motel vagabundo, do lado da linha do trem. Dudu comentou:
- Acho que de todos os motéis onde já fomos, esse aqui é o pior.
Eu argumentei sobre um onde fui em Fortaleza, há alguns anos, chamado "Dorado" (sim, comeram o U de DoUrado!), que custava 6 reais (!). A permanência era de 2h. Mas depois, pensando bem, lembrei que o "Dorado" pelo menos tinha rádio. ;p

No dia seguinte, depois do café, rumamos (finalmente!) pra Conservatória. Quando chegamos, tinha acabado de chover. Perguntamos onde ficava o camping e, depois de uma indicação, começamos a andar. Mas puta que pariu, as mochilas estavam pesadas pacas, o sol decidiu aparecer pra nos torrar, então paramos e decidimos perguntar pra outra pessoa se o camping estava próximo. Qual não foi nossa surpresa quando o cara respondeu: "Ah, vocês vão precisar de um táxi... Fica a uns 3km daqui. E o caminho deve estar todo enlamaçado, por causa das chuvas de ontem e de hoje".

Após uma breve DV - Discussão de Viagem - decidimos voltar pra perto da Rodoviária, pois lá vimos algumas pousadas. O negócio era 'achar a mais vagabunda, pechinchar e se jogar'! Entramos no primeiro lugar avistado. Não era assustador, nem sujo, nem fedorento, então de cara a primeira coisa que perguntamos foi o preço. A dona nos mostrou um quarto de 60 paus a diária, com banheiro, TV, uma cama de casal, ventilador de teto, mesinhas de cabeceira e um beliche. Poxa, a gente não precisava de tanto conforto e daquele espaço todo, ainda mais por esse preço. Então, o Dudu suplicou: "A senhora não tem um mais barato, não?" Aí, ela nos mostrou um com uma cama de casal, uma cama de solteiro, banheiro, ventilador de teto e um armário de ferro. "A tampa da privada tá quebrada, então posso fazer pra vocês por 30 reais a diária". Supimpa!

Pronto. Tínhamos lugar pra ficar, agora só faltava encher a pança. A dona da pousada, que se chamava Alessandra, nos indicou um lugar, o Restaurante da Cida. "Olha, a quentinha custa 6 reais e ainda vem com salada. Se vocês não comerem muito, acho que uma só quentinha dá pros dois". Dudu me olhou apreensivo, talvez lembrando-se da amarga experiência de pagar quase 1kg de comida pra mim, quando almoçamos na estrada, vindo para o Rio. Eu nem me preocupei: poderia comer o bom e velho "arroz-com-feijão" e depois atacar uns biscoitos, hahaha. Afinal, tínhamos levado comida; só não dava era pra cozinhar.


Continua....

12 de mar. de 2009

Mudanças/1.

A mudança é a coisa mais constante nesse mundo.
Mudamos o tempo todo, mesmo que as mudanças sejam imperceptíveis.

Se você se olha no espelho por um breve momento, no segundo seguinte já estará mais velho. De uma forma ou de outra, terá mudado.

E quando eu falo de mudanças, não falo só das que acontecem por fora. Também existem as que ocorrem por dentro, as que ocorrem rapidamente ou aos poucos. Há também aquelas que envolvem deslocamentos.

Eu me dou bem com mudanças, essas que a gente faz de uma casa pra outra, de um bairro pra outro, de uma cidade pra outra... enfim, deu pra sacar.
Já não sei dizer quantas vezes me mudei, quantas vezes arrumei caixas e mais caixas e fiquei alegre ou triste porque estava deixando um determinado lugar. Tem um "quê" de cigana no meu sangue. Ainda que eu tenha ficado triste por ter deixado certos lugares e certas pessoas, sei que continuarei me mudando. E isso vai acontecer mais algumas vezes, nem imagino por quanto tempo. Agora mesmo, acreditava que uma grande mudança de lugar poderia se dar em aproximadamente 08 meses. Ia depender do rumo que as coisas tomassem durante esse período. Mas a verdade é que Dudu já tava meio que "de sobreaviso" acerca desse assunto. Eu estava só pesquisando, mas afinal, não seria uma boa oportunidade trabalhar fora do país? :) Entretanto, pelo menos agora, essa mudança foi adiada. Ainda vai rolar muita coisa antes d'eu zarpar do Brasil.

Quanto às mudanças de dentro pra fora... Mudo aos poucos, mudo todo dia. Já vadiei demais nessa vida, já errei muito e com muita gente, fiz muita merda, deixei mágoas. De uns anos pra cá, consegui pedir desculpas a algumas pessoas. Sei que ainda faltam algumas... Vou levando.

Bom, mas de volta às mudanças. Eu gosto delas, geralmente. Já mudei visual, mudei do suco de maracujá para o suco de morango. E depois, pro guaravita... ;p
Ouvi música clássica, rock pesado, tango. Um dia, cansada de responder que curtia rock, decidi mudar a resposta.
- O que você curte?
- Brega.
- Sério?
- Sério. Reginaldo Rossi, Odair José, Bartô Galeno, Raimundo Soldado, você conhece? E claro, o rei Valdick Soriano!

Tá, eu posso ter mudado a resposta, mas a verdade é que eu não tava de sacanagem.

Só quis mudar a resposta e pronto. E o cara era uma simpatia só, não merecia a mesma resposta pronta de sempre.

Mudei a cor do cabelo. Quando nasci, era ruivíssima, cabelo cor de fogo. Depois o cabelo, tal qual a dona, resolveu mudar. E seguiu essa seqüência: castanho claro, preto, castanho. E mais tarde, quando as tintas fizeram minha cabeça: luzes, ruivo tipo 'cenoura', preto estilo vandinha adams... agora, o cabelo tá no natural, mas todo sortido. se procurar bem você consegue encontrar dentre as minhas madeixas castanhas alguns fios ruivos, outros pretos, outros loiros e outros brancos (que eu insisto em arrancar quando acho). ;p

Hoje, decidi por mais uma mudança: a de emprego.
Então, a partir de semana que vem, a vida vai - novamente - tomar outro rumo.
Um rumo bom, com oportunidade de crescimento e olha só, de mais mudança (iupi!). Dentro de mais ou menos 1 ano, a empresa irá pra Macaé e eu também (espero!). Mais uma vez, me joguei, decidi arriscar. E uma coisa gostosa nisso tudo: com o apoio do pet malino.

Que os ventos tragam boas surpresas nessa nova fase.

9 de mar. de 2009

Go?

Ontem, vi uma propaganda muy interessante do VISA, com uma palavrinha curta que me cai muito bem: GO.

"1, 2, 3... Go".
...Go, go, go...
Isso ficou me martelando. Aliás, quando as coisas parecem muito iguais, isso sempre me martela.

Mas tá, depois de deitar, não pensei mais nisso. Melhor: não pensei. (rsrs)

E hoje, o "go" me veio como uma pergunta diante de uma proposta...
- Tatyana? Aqui é o Bento. Você me mandou um currículo...
- Ah, eu lembro! O amigo do seu Carlinhos! Tudo bem?
- Então, você tá trabalhando no momento?
- Tô sim. (e expliquei sobre o trabalho, em detalhes).
- É que estou com uma vaga aqui... Você fala inglês, certo? E arranha francês, italiano, espanhol e turco?!...
- É...
- Teme experiência com logística?
- Não.
- Bom, o trabalho é o seguinte...
Ele me explicou calmamente, da segunda vez que telefonou. Conversamos em inglês também. Acho que ele queria ter certeza de que eu poderia manter um diálogo. E quando me telefonou da terceira vez, veio o ultimato: "E aí, você pensou no que eu te disse?"

Caracas. Eu pensei, lógico. Passei o dia pensando nisso. Lidar com homens o dia todo, ser dinâmica, manter o chefe informado, ganhar mais, não ter rotina (!), voltar aos tempos de loucura estilo Helisight! (uhuhu!)... E mais: ser acordada a qualquer hora da noite, quando alguém telefonar e disser: Vai ter embarque.

Eu pedi a opinião do Dudu.
Ele disse:
- Vê se vale a pena. Mas vê também se não é muito esforço, se você não vai ficar muito sem tempo... Mas o que você decidir, eu apóio.
- Mesmo?
- Mesmo.
- Você vai mesmo acatar se eu decidir não ter mais fim-de-semana livre?
- Ai... (Isso acabou virando discussão pra depois).

E amanhã... Amanhã eu tenho um encontro depois do trabalho com o senhor Bento. Vamos conversar, negociar e eu tenho que decidir se estaciono aqui ou se mais uma vez me jogo e digo que minha resposta é "GO"!.